Deixa eu te contar uma história…em 2012 vivenciei uma experiência profissional incrível, trabalhar na Itália, na região da Lombardia, tão próximo da Suíça que era possível almoçar todos os dias lá. Mas confesso que eu preferia almoçar na Itália!
Logo de cara me identifiquei com a forma de trabalho dos italianos. São determinados, focados, organizados e, pasmem, amam intensamente a engenharia. Frequentemente me contavam histórias de um de seus ídolos, Leonardo da Vinci, um brilhante italiano, cientista, matemático, engenheiro, arquiteto, inventor, anatomista, artistas e entre outros. Acho que por esse motivo os trabalhos desenvolvidos pelos amigos italianos eram considerados únicos e verdadeiras obras de arte. Projetos de elevado nível técnico e riqueza no detalhamento, custos de implantação calculados item a item e obras executadas brilhantemente.
E como são estratégicos! Também dedicavam horas de trabalho na etapa de planejamento dos empreendimentos. Foi naquele momento que tive clareza de que a trajetória que eu estava trilhando com a Project Engenharia no Brasil seria árdua, mas ao mesmo tempo tive a certeza de que estava na direção certa.
Outro desafio foi à língua. Como viajei as pressas, fiz um curso rápido de italiano e achei que estava preparado. Claro que não, né? Mas tudo bem, eu percebi que nós “brasileiros” temos facilidade de nos adaptarmos às culturas de outros Países e “apreendi” italiano para me comunicar com eles.
Sempre me perguntavam: Com’è il lavoro qui? (Como é o trabalho aqui?) e eu, entendendo um pouco de italiano, dizia: Tutto uguale. È difficile da mangiare! (Tudo igual. Difícil é comer).
Ah e por fim não posso esquecer a COMIDA…a ida ao restaurante era sempre regada por uma discussão calorosa. O prato era discutido em detalhes: Qual a região do porco? Que tipo de tempero? Defumando ou não? Fiz questão de registrar o momento que a atendente trouxe a carne crua para o nosso diretor ver a qualidade, após várias perguntas.
Destaco as experiências inesquecíveis, tanto profissional como gastronômica. Essa última, de fácil visualização nas fotos pelos quilos a mais adquiridos.
Mas qual é a moral desta história?
Análogo a esta história, vivemos no Brasil um paradigma na liderança em projetos complexos.
Diariamente recebo dúvidas sobre o que é mais indicado para o sucesso na implantação do meu projeto – Estimativa de Custo ou Orçamento?
Para responder essa pergunta é necessário identificarmos em qual nível de maturidade está o seu projeto?
A análise dos custos de implantação de instalações pode ser complexa, pois cada uma possui requisitos únicos e dimensionados para a necessidade especifica do cliente.
Vejo como um processo quase que artesanal!
O ponto crucial para definirmos o nível de maturidade do projeto é identificarmos se estamos na etapa de estudos de implantação ou de projeto de engenharia.
Se estivermos na etapa de estudos de implantação, sem um projeto de engenharia, informo que não será possível realizar um orçamento que reproduza a realidade, pois é necessário analisarmos os custos que envolvem as especificações dos componentes, modo de execução, força de trabalho necessária, logística, seguros, garantias, impostos e entre outros.
Esse é o principal fator para o insucesso nos projetos de implantação das instalações e até mesmo o descumprimento de normas e acidentes.
Costumo dizer que a falta de dinheiro em uma obra é como um carro sem gasolina! Ele fica parado ou você terá de empurrá-lo até chegar ao destino final. Diariamente vejo essa dor incomodando Líderes e Empresas.
Vejo profissionais construindo instalações com base em estimativas de custo!
E depois?
Eles rezam para que tudo de certo!
Mas por que isso acontece?
Porque existe uma visão distorcida entre estimativa de custo e orçamento de implantação.
Acredito que você não começaria um tratamento médico sem a realização dos exames necessários. Com a instalação é a mesma coisa!
A Etapa de Planejamento é fundamental para o sucesso do serviço e suportada por Três Pilares: Produtividade, Segurança e Saúde e Meio Ambiente.
A engenharia tem de ser exercida antes, durante e depois. A vida útil de uma instalação é longa. Não adianta executar uma obra com maestria, sem ter como base um bom projeto. Também precisa ter alguém para cuidar da operação e da manutenção.
É um conjunto que se complementa!
Fica a dica!