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Antes mesmo que violento descarrilamento do trem da Norfolk Southern levasse as evacuações de emergência em Ohio, a empresa contribuiu para acabar com uma regra de segurança federal, destinada a atualizar os sistemas de freios inventados na época da Guerra Civil, em 1817.
Embora o trem de 150 vagões tenha explodido em chamas de 30 metros ao descarrilar e desencadear uma bola de fogo, ele não estava regulamentado como um “trem de alto risco”, mesmo transportando materiais inflamáveis.
Documentos mostram que, quando as regras atuais de segurança de transporte foram criadas, uma agência federal ficou do lado de lobistas da indústria e limitou as regulamentações que regem transporte de compostos perigosos.
A decisão efetivamente isentou muitos trens que transportam materiais perigosos, incluindo o de Ohio – da classificação de “alto risco” de requisitos de segurança mais rigorosos.
A sequência de eventos começou há mais de uma década, após um grande aumento no descarrilhamento de trens que transportavam petróleo bruto produtos químicos perigosos, incluindo um acidente similar ao de Ohio. Porém, em New Jersey, que vazou o mesmo produto químico tóxico – o Policloreto de Vinila (PVC).
Em resposta, o governo Obama propôs em 2014 melhorar os regulamentos de segurança para os trens que transportam petróleo e outros materiais perigosos.
No entanto, após pressão da indústria, a medida final acabou se concentrando estreitamente no transporte de petróleo bruto, isentando os trens que transportam outros materiais combustíveis e inflamáveis, incluindo o produto químico envolvido no desastre deste fim de semana.
Em 2017 os contribuintes da indústria ferroviária entregaram uma generosa doação, de mais de US$ 6 milhões, as campanhas do Partido Republicano. Fazendo com que o governo da época – Trump, apoiado por lobistas ferroviários e republicanos do Senado, rescindisse parte dessa regra, destinada a tornar melhores os sistemas de freios nos trilhos do pais. Especificamente, os Reguladores eliminaram as disposições que exigiam que os vagões, que transportam materiais inflamáveis perigosos, fossem equipados com sistemas de freios eletrônicos para frear os trens mais rapidamente do que os freios a ar convencionais. Alegaram que o novo sistema de freios eletrônicos – 60% mais eficazes que os freios convencionais – apresentariam “custos tremendos sem fornecer benefícios a segurança”.
O governo Biden, consequentemente, não moveu esforços para restabelecer a regra do freio ou expandir os tipos de trens sujeitos a regulamentações de segurança mais rígidas.
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